Postado por AD PINHEIROS


UM LIVRO ABENÇOADO  

Postado por AD PINHEIROS

(Foto, Pr. Presidente Alex Cardoso)


Um é o sofrimento do(s) outro(s); outro é o nosso.O do(s) outro(s) pode gerar em nós indiferença, interesse ou envolvimento. Por mais que seja, se não nos envolvemos, dele nos esquecemos. Quando as tsunamis da Ásia provocaram aquela tragédia devastadora, no finalzinho de 2004, alguns nos mobilizamos; depois (e as razões ou desculpas? são varias, como outra tragédia global, um drama na nossa rua, uma dor na nossa família) nos esquecemos, com ou sem culpa.Quando o sofrimento é nosso, as coisas são diferentes. De Deus queremos saber por quê? Dos outros, queremos solidariedade. No entanto, nem sempre Deus responde (ou, se responde, a resposta não nos agrada) e, para doer mais, nem sempre nossa batalha encontra aliados.E o nosso sofrimento tem várias facetas, mas a principal é que é maior do que os outros. Quando nos morre alguém, a nossa dor é maior que a dos outros. Quando perdemos alguém, a nossa perda é maior que a dos outros. Quando mergulhamos numa pergunta ou numa indignação, a nossa angústia é a maior do mundo. Somos o centro de nós mesmos. A razão é simples: o nosso sofrimento é NOSSO. Está sempre ali diante de nós.Começamos a vencer o sofrimento quando começamos a mudar nossa forma de nos ver diante do sofrimento. É no caminho desta mudança de percepção que Alex Cardoso nos quer acompanhar. É por esta trilha que pisam as frases, quase como se fossem provérbios de sabedoria, deste livro. Quem o acompanhar, e for até o fim (e não haverá nenhuma dificuldade para isto, que o texto é suave), vai sair mais forte.O sofrimento, portanto, nos impõe uma atitude. Sempre. Uma delas é se deixar derrotar, para habitar as cavernas da vida, como a do Elias provisório num curtíssimo período de tempo. Outra é a de se levantar, para viver, como a do Elias definitivo, sempre atento à voz do seu (seu também?) Deus..É pena que SÓ MERECE O DOCE... não vai ser lido por quem não sofre. Se fosse, ajudaria muito na travessia. Quando alguém vai fazer uma longa viagem, ele se prepara. Quando alguém vai fazer uma caminhada pela selva, ele se prepara. O ser humano não é tão sapiens assim. Ele sabe (?) trilhar o sofrimento, mas acha que pode evitá-lo, em lugar de se preparar para ele. Quem se furtar a se conformar a este modelo sairá fortalecido. Sabedoria não faz mal a ninguém.